Carlos Cruz
Com seu estilo irreverente, o gênio das finanças Warren Buffett
destaca "No mundo dos negócios, o espelho retrovisor é sempre
mais claro do que o pára-brisa". Reflita sobre como você encara
a liderança: mantém o foco no espelho retrovisor, se vangloriando
das conquistas passadas, ou busca formas de clarear o pára-brisa para
inspirar e mobilizar pessoas a alcançar uma visão?
No estudo do capital humano global de 2008 da IBM, que entrevistou 400 executivos
de 40 países, 75% das empresas citaram sua incapacidade de desenvolverem
líderes futuros como um problema crítico. Face ao crescimento
explosivo em mercados emergentes e à aposentadoria de funcionários
experientes em economias mais maduras, os dados pesquisados sugerem que as empresas
estão colocando seu futuro em risco caso não consigam identificar,
desenvolver e capacitar à próxima geração de líderes.
Foram levantados três fatores importantes que contribuem para a capacidade
de desenvolvimento de uma força de trabalho adaptável em uma organização:
" Prever as habilidades necessárias e sua disponibilidade futura
nos próximos três a cinco anos.
" Identificar e localizar indivíduos com expertise específica.
" Estimular um ambiente que propicie a colaboração entre
as pessoas, além das fronteiras organizacionais.
Segundo o legendário professor da Harvard Business School, Robert Kaplan,
criador do Balanced Scorecard (BSC) e do activity-based costing (ABC), somente
5% da força de trabalho entendem a estratégia, ou seja, 95% têm
uma barreira com relação ao futuro da organização.
A visão, algo mutável por natureza, é o sonho da empresa,
uma declaração concisa que descreve o que ela quer realizar objetivamente
nos próximos anos de sua existência.
Diante desses dados, que provam que muitas vezes os colaboradores não
estão alinhados aos objetivos futuros de investimento, desenvolvimento
e crescimento das empresas, sugiro que você se reúna com a sua
equipe de trabalho e estimule um debate sobre a seguinte questão: O que
de fato queremos ser?
Peço essa reflexão porque ainda é muito comum em grupos
empresariais que a visão fique apenas na mente do primeiro homem na organização
e nos níveis estratégicos. Segundo Kaplan, existe uma barreira
da administração em que 85% das equipes executivas gastam menos
de uma hora por mês discutindo a estratégia. Como em muitos casos
esse foco não é comunicado para a linha de frente, que é
responsável por fazer as coisas acontecerem, boa parte da equipe torna-se
míope e a liderança manca.
Espera-se dos líderes que inspirem e mobilizem a equipe em busca de uma
visão. Portanto, sugiro que você marque uma reunião neste
exato momento com sua equipe para responder em conjunto as seguintes questões:
O que queremos ser? Quando? O que depende de nós para alcançarmos
essa visão?
Carlos Cruz atua como coach executivo, coach de equipes e como conferencista em desenvolvimento humano - renato@imageassessoria.com.br